Como visto na postagem anterior a Carbonação do concreto causa diversas patologias. Mas existem formas de mitigar este efeito. Conforme previsto na ABNT NBR: 6118 – Projeto de estruturas de concreto — Procedimento têm meios mais e menos agressivos para as estruturas, sendo eles:
E para cada um dos ambientes existem recomendações por norma quanto a Relação água/cimento a ser utilizada.
Além disso, outro fator que é de fundamental importância é a cura do concreto.
Corrêa (2009), afirma que:
“Com relação à cura do concreto, é consensual no meio científico que a cura é um fator de extrema importância para a durabilidade das estruturas de concreto, mas geralmente é negligenciada. Quanto maior o tempo e a qualidade da cura, maior será o grau de hidratação do cimento e menor será a porosidade do concreto e, consequentemente, sua permeabilidade.”
Afim de se comprovar a influência da cura do concreto na redução do avanço da frente de carbonatação foi elaborado o seguinte:
Foram moldados 24 Corpos de prova de concreto atendendo as diversas classe de agressividade da NBR 6118 e apresentando três amostra sem cura e três amostras com cura.
⦁ Fixado traço padrão 1:2,20;2,50; baseado no traço base (1:5) do EPUSP/IPT de dosagem de concreto;
⦁ Umidade da areia aproximadamente 12%;
⦁ Concreto Classe I: Abatimento 110mm;
⦁ Concreto Classe II: Abatimento 30mm;
⦁ Concreto Classe III: Abatimento 0mm, necessário aumento do teor de argamassa;
⦁ Concreto Classe IV: Abatimento 0mm, necessário aumento do teor de argamassa e uso de superplastificante;
Os Corpos de prova foram submetidos a uma câmara de CO2 para acelerar o avanço da frente de carbonatação.
E se obtiveram os seguintes resultados:
⦁ Classe I – relação a/c 0,65: Em média as amostras com cura apresentam uma redução de 76,55% no avanço da frente de carbonatação comparado a sem.
⦁ Classe II – relação a/c 0,60: Em média as amostras com cura apresentam uma redução de 61,12% no avanço da frente de carbonatação comparado a sem.
⦁ Classe III – relação a/c 0,55: Amostras com cura com 02 semanas na câmara apresentam uma redução de 72,74% no avanço da frente de carbonatação comparado a sem, e as de 03 semanas a redução foi de 60,47%.
⦁ Classe IV – relação a/c 0,45: Amostras com cura com 02 semanas na câmara apresentam uma redução de 73,56% no avanço da frente de carbonatação comparado a sem, e as de 03 semanas a redução foi de 75,26%.
⦁ A relação a/c 0,60 e cura da classe de agressividade II, têm uma redução avanço de carbonatação de 53,58%, em comparação com os corpos de prova com relação a/c 0,55 e sem cura, para o mesmo tempo na câmara de CO2.
⦁ Ainda foi possível analisar que as amostras sem cura e com relação a/c de 0,45 apresentaram um maior avanço na frente de carbonatação que as amostras com cura e relação a/c de 0,60 e 0,55.
⦁ A relação a/c de 0,65 o acréscimo de resistência foi de 86,94%; para a relação a/c 0,60 foi de 12,42%; para a relação a/c de 0,55 foi de 9,28%; e o aumento de resistência para a relação a/c de 0,45 foi de 35,52%.
CONCLUSÃO
Foi possível concluir que tanto a relação água/cimento quanto a cura possuem grande importância no aumento da durabilidade de estruturas;
Levando somente em consideração o avanço da frente de carbonatação, foi possível observar que a utilização de uma cura adequada faz com que o concreto atinja valores próximos ou até melhores que concretos sem cura, com relação a/c menor. Além de que os concreto com relação a/c baixas apresentam grandes dificuldades de trabalhabilidade, como foi constatado no concreto de relação a/c de 0,45 neste trabalho;
Outro fator importante analisado foi o acréscimo de resistência proveniente de uma cura bem executada, fazendo com que a durabilidade da estrutura aumente.
Informações retiradas do Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Patologia das Construções do Engenheiro Rodolfo Paulin, título da monografia “ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DA RELAÇÃO A/C E DA CURA NA CARBONATAÇÃO NO CONCRETO”.